segunda-feira, 30 de junho de 2014

Mensagens para médiuns

CONCILIAÇÃO

"Concilia-te - depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz e o juiz te entregue ao oficial de justiça, e te encerrem na prisão." Jesus. (Mateus, cap. 5, v. 25.)

Muitas almas enobrecidas, após receberem a exortação desta passagem, sofrem intimamente por esbarrarem com a dureza do adversário de ontem, inacessível a qualquer conciliação.

A advertência do Mestre, no entanto, é fundamentalmente consoladora para a consciência individual.

Assevera a palavra do Senhor - "concilia-te", o que equivale a dizer "faze de tua parte".

Corrige quanto for possível, relativamente aos erros do passado, movimenta-te no sentido de revelar a boa-vontade perseverante. Insiste na bondade e na compreensão.

Se o adversário é ignorante, medita na época em que também desconhecias as obrigações primordiais e observa se não agiste com piores características; se é perverso, categoriza-o à conta de doente e dementado em vias de cura.

Faze o bem que puderes, enquanto palmilhas os mesmos caminhos, porque se for o inimigo tão implacável que te busque entregar ao juiz, de qualquer modo, terás então igualmente provas e testemunhos a apresentar. Um julgamento legítimo inclui todas as peças e somente os espíritos francamente impenetráveis ao bem, sofrerão o rigor da extrema justiça.

Trabalha, pois, quanto seja possível no capítulo da harmonização, mas se o adversário te desdenha os bons desejos, concilia-te com a própria consciência e espera confiante.
 
 
Sem Aceitação, Não há Perdão!

Todos nós buscamos a felicidade. Mas que felicidade é essa que quanto mais se procura mais distante fica? Para que realmente a encontremos é necessário conhecermos a nós mesmos e colocarmos em prática a nossa reforma íntima, ou seja, a renovação das nossas atitudes.

Por isso, hoje, falaremos sobre o perdão, uma das maiores virtudes, através das quais alcançaremos a paz e a felicidade interior.

Como nos mostra Miramez em Horizontes da Mente, o PERDÃO é um fato, sem que exista discussão sobre o assunto, pois se fundamenta no amor e é sustentado pela caridade, sem insultar a lei da justiça.

Infelizmente, nosso conceito de perdão pode limitar ou dificultar a nossa capacidade de perdoar. Dizem que perdoar é coisa de gente fraca , medrosa, boba. Possuímos crenças negativas de que perdoar é aceitar de forma passiva tudo o que nos fizeram. Achamos que perdoar é aceitar agressões, desrespeito aos nossos direitos. Muitos afirmam: "eu não levo desaforo para casa!..." Somos alguns destes?

Será que a pessoa que perdoa demonstra fraqueza de caráter? Temos a certeza que não. Aliás esta certeza não é nossa, mas do Cristo que nos recomendou e viveu o perdão incondicional. E não consta que o Mestre tenha demonstrado em Sua vida fraqueza de caráter. Alguns até pensaram que ele era meio fraco, já que quando perseguido e açoitado, não esboçou qualquer gesto de reação e no auge do seu martírio ainda foi capaz de pedir ao Pai que perdoasse os seus ofensores.

Até hoje ninguém lembra daqueles que o crucificaram, mas o nome do "imaginado fraco", do grande pacificador, cruzou os mares, venceu a linha do tempo, ficando conhecido em todo o mundo, a tal ponto de dividir a história da humanidade em antes e depois Dele.

Não existe uma razão plausível para não perdoar, mas existem muitas razões para exercitarmos o perdão. Vamos ver algumas delas?

A primeira razão para perdoar encontra-se na constatação de que todos nós ainda somos imperfeitos. Não há ninguém, no atual estágio do planeta Terra, que tenha atingido a perfeição, por isso, o erro faz parte das nossas vidas. A visão da eternidade, que a doutrina espírita nos mostra, abre os nossos horizontes, pois se já percorremos inúmeras encarnações, muito já aprendemos, porém temos que aprender outras centenas de lições. E como o Criador está em constante processo de criação, cada um de nós iniciou sua trajetória evolutiva em época diferente da dos demais. Logo, cada um de nós está em determinada faixa evolutiva, com determinados aprendizados já realizados e com muitos outros a serem realizados.

Então, se alguém nos ofende, não o faz por maldade, mas por ignorância. Ignorância, significa, que quem nos ofendeu ignora, ainda não aprendeu a lição do respeito. Somente quem tem a visão da imortalidade do espírito pode compreender a trajetória que todos nós realizamos, passo a passo, degrau a degrau.

Um exemplo simples: se déssemos a um aluno do Primeiro Grau uma equação algébrica para ele resolver, dificilmente conseguiria e nem por isso seus professores ficariam decepcionados com ele. Simplesmente entenderiam que ele não estava em condições de resolver o problema. Ele ainda era ignorante em álgebra. Futuramente não será mais.

Sendo assim, haveremos de aceitar as pessoas como elas são; cheias de virtudes e defeitos. Não há perfeição, ainda somos imperfeitos. Vamos sair da ilusão de que os outros devem ser perfeitos, principalmente quando agem conosco.

Muitos dizem: "Ah, eu me desiludi com aquela pessoa". É claro! Sabem porquê ? Porque se iludiram com ela, pensando que esta seria perfeita o tempo todo. Provavelmente, notaram muitas virtudes e aí passaram a imaginar que aquela pessoa era um "anjo caído do céu", mas quando esta mostrou os seus defeitos, veio a desilusão, o engano, a decepção. Aí, muitos dizem que não conseguem perdoar porque estão muito magoados. Porém, o problema não está no outro, pois era previsível que por mais especial que esta pessoa fosse, um dia acabaria agindo de forma diferente daquela que esperávamos. O erro está em nós, que não aceitamos as pessoas como elas são.

Será que estamos aceitando as pessoas como são? Será que não estamos esperando muito dos outros? Será que estamos esperando lidar com seres angélicos num planeta de provas e expiações?

Podemos dizer: Sem Aceitação, Não há Perdão!

Nos aceitando e aos nossos irmãos como eles são, nossos relacionamentos ficarão melhores. Sabem porquê? Porque não haverá tanta cobrança, tanta expectativa. E quando eles ou nós errarmos, e eventualmente nos prejudicarmos, haveremos de lembrar do Mestre Jesus, que perdoou a todos, exatamente porque aceitou a cada um de nós do jeitinho que somos.

Um outro motivo para esquecermos as ofensas está na constatação de que o perdão traz um grande alívio para quem perdoa. Nem sempre para quem é perdoado. Porque muitas vezes quem é perdoado não consegue se livrar da sua consciência, mas este também precisa aprender a se perdoar e a recomeçar novamente. O autoperdão também é importante. Para que reconhecendo os nossos erros encontremos forças para reformular nossas atitudes e começar uma nova vida.

Considerando a própria fragilidade, o indivíduo deve conceder-se a oportunidade de reparar os males praticados, reabilitando-se perante si mesmo e perante aqueles a quem haja prejudicado.

O arrependimento, puro e simples, se não acompanhado da ação reparadora, é tão inócuo e prejudicial quanto a falta dele.

O autoperdão ajuda o amadurecimento moral, porque propicia clara visão responsabilidade, levando o indivíduo a cuidadosas reflexões, antes de tomar atitudes agressivas ou negligentes, precipitadas ou contraditórias no futuro.

Quando alguém se perdoa, aprende também a desculpar, oferecendo a mesma oportunidade ao seu próximo.

Caso não nos perdoarmos ou não perdoarmos alguém, carregaremos os sentimentos de mágoa e ressentimentos e este lixo tóxico produzirá em nosso organismo doenças de difícil tratamento. Por que? Porque se alimentarmos idéias de ódio e vingança entramos na mesma sintonia de agressão e sobrecarregamos nossos centros energéticos, perturbando o nosso organismo, desencadeando um mundo de distúrbios, fazendo com que nosso espírito sofra as conseqüências do que provocou.

Eis o porquê do PERDÃO.

Muitos podem estar se perguntando como podemos aprender a perdoar.

Uma das ferramentas básicas para alcançarmos o perdão real, é conseguirmos nos manter a uma certa "distância psíquica" da pessoa, do problema ou das discussões. O que seria esta distância psíquica? É conseguirmos analisar, o problema como se não fosse conosco. Porque este distanciamento fará com que não exageremos na interpretação do problema, caindo em impulsos desequilibrados causando uma sobrecarga em nossa energia mental. A mente com este desequilíbrio dificulta o perdão. Então, nos desligando da agressão ou do desrespeito, nosso pensamento vai sintonizar com mais clareza e nitidez no bem, renovando a "atmosfera mental".

Ao desprendermo-nos mentalmente, passamos a usar construtivamente os poderes do nosso pensamento, evitando os "deveria ter falado ou agido", eliminando da nossa imaginação os acontecimentos infelizes que aconteceram conosco.

É fator imprescindível, ao "separar-nos" emocionalmente de acontecimentos infelizes, a TERAPIA DA PRECE como forma de nos harmonizarmos, pois a prece refaz os sentimentos de paz e serenidade, facilitando a harmonização interior.

Desligar-se não é um processo de nos tornar insensíveis e frios, comportando-nos como criaturas inacessíveis as ofensas e críticas. Desligar-se, quer dizer deixar de alimentar-se das relações destrutivas, desvincular-se mentalmente das relações doentias ou de problemas que não podemos solucionar no momento.

Ao soltarmo-nos desses fluidos que nos amarram a essas crises, temos a chance de enxergarmos novas formas de resolver dificuldades e desenvolvermos a nobre tarefa de nos compreender e compreender os outros.

Quando aceitaremos fazer este "distanciamento" mais facilmente? Quando conseguirmos acreditar que cada ser humano é capaz de resolver seus problemas, e é responsável por todos os seus feitos na vida, permitindo que sejam, e se comportem como queiram, dando-nos a nós essa mesma liberdade.

Viver nos impondo certa "distância psicológica" às pessoas ou coisas problemáticas, sejam entes queridos difíceis ou companheiros complicados, não significa que deixaremos de nos importar com eles ou de amá-los ou de perdoar-lhes, mas sim de viver sem enlouquecer pela ânsia de tudo compreender, suportar e admitir.

Compreendendo, que ao promovermos, este distanciamento psicológico, teremos mais habilidade e disponibilidade para percebermos o processo que há por trás dos comportamentos agressivos, permitindo-nos não reagir da mesma maneira que fazíamos e sim olharmos "como é, como está sendo feito" nosso modo de nos relacionar com os outros, isto nos leva a começar a entender a dinâmica do perdão.

Uma das mais eficientes técnicas de perdoar é retomar o vital contato conosco mesmo, deixando-nos de ser vítimas de forças fora do nosso controle para transformar-nos em criaturas que criam sua própria realidade de vida, pois como já diz o nosso querido Divaldo Pereira Franco:

"O PERDÃO É SEMPRE PARA QUEM PERDOA".

Por isso, não nos contaminemos pela raiva, pela cólera e pela mágoa. Vivamos em paz e com a nossa consciência tranqüila pronta para merecer o perdão das pessoas que prejudicamos com os nossos atos, palavras e pensamentos, pois somente será perdoado aquele que perdoa. Essa é a lei.

Façamos uma proposta conosco mesmo: passemos uma borracha em todos os sentimentos de mágoa que e ainda temos. Libertemo-nos do ódio, expulsemos a mágoa, perdoemos os nossos ofensores e a nós mesmos, pois todos nós necessitamos do perdão Deus ensinado por Jesus na oração do Pai Nosso.

Se Deus, a Suprema Bondade, compreende nosso erros, porque não haveríamos de entender os erros alheios?

Experimente perdoar, pois quem aprender a perdoar jamais se esquecerá, por sentir os efeitos de felicidade que advém deste fato.
 
CULPA, CARIDADE E LIVRE ARBÍTRIO

A culpa é descida, mas a caridade é soerguimento.

Pelo erro no mal, enreda-se o homem no labirinto da dor.

Pelo esforço no bem, liberta-se para a vitória a que se destina.

Enganando-se nas teias da ilusão em que transita na Terra, arroja-se a alma a fundos despenhadeiros de sombras; todavia, descerrando os próprios olhos à verdade e buscando-a pelo plantio do amor, acende nova luz em si mesma, estruturando novos caminhos.

Subsiste a expiação, enquanto perdura o prejuízo às leis que nos regem e abrem-se vastos horizontes de paz ao Espírito que luta em si mesmo, tão logo se consagre ao trabalho do próprio aperfeiçoamento.

Recordemo-nos de que no estágio evolutivo em que nos achamos ninguém existe sem débitos a resgatar.

Todos temos peregrinado na senda escura do remorso, após haver desencadeado sobre nos mesmos à longa série de causas aflitivas a que, imprevidentes, nos imantamos.

Não passamos, por agora, de almas em reajuste, na oficina das provas, após o desastre de nossas deliberações infelizes.

A culpa, por enquanto, é fantasma interior que nos persegue em todos os ângulos do mundo, sob as mais variadas formas.

Da defecção diante do Cristo, todos partilhamos em nossas experiências, mas pela caridade bem vivida, que dá de si sem pensar em si, que se sacrifica e ampara, que tudo suporta, entende, auxilia e espera, poderemos lavar o tecido sutil de nossa alma, recuperando-nos as forças para aprendermos a servir sempre.

Para isso, porém, é preciso saibamos usar a vontade.

Somos senhores na resolução e escravos nas consequências.

Compreendamo-nos, mutuamente, e amemo-nos, mobilizando o nosso livre arbítrio na criação do futuro melhor.

Todos trazemos na intimidade do próprio ser a nossa dor, a nossa aflição, a nossa prova ou o nosso problema...

E estendendo braços fraternos, uns aos outros, perceberemos que só o amor bem dividido pode multiplicar a felicidade.

Não nos detenhamos na culpa.

Usemos a caridade recíproca, e, com a liberdade relativa de que dispomos ser-nos-á então possível edificar, com Jesus, o nosso iluminado Amanhã.

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